domingo, 31 de agosto de 2014

"Seu" Quequé

"Seu" Quequé (Ney Latorraca) com suas três mulheres: Eleuzina (Dina Sfat), Santinha (Lucinha Lins) e Nicinha (Tássia Camargo).

Baseada no conto Pensão Riso da Noite: Cerveja, Sanfona e Amor, de José Condé, Rabo de Saia foi exibida pela Rede Globo, em 1984. A minissérie se passava no Nordeste, no final dos anos 1920, onde o caixeiro-viajante Ezequias Vanderlei, o "seu" Quequé, se dedicava plenamente ao amor.

"Seu" Quequé era um homem simpático, carismático, íntegro e trabalhador. Conservava três esposas, três famílias bem constituídas. Senão, vejamos:

Em Nova União, Pernambuco, era casado com a fogosa Eleuzina, mulher que o tomava com sensualidade e o amava com proteção. Estabelecendo uma relação madura, quase maternal, profundamente honesta, na qual o caixeiro-viajante podia se mostrar como era, Eleuzina figurava como a principal referência matrimonial de "seu" Quequé. Alegre, autêntica, vivida, forte e companheira de boemia, foi com quem o caixeiro-viajante se casou primeiro e teve quatro filhos.

Em, Chegança, Alagoas, era casado com a aristocrática Santinha. Esposa do meio, Dona Santa era uma mulher que havia enviuvado cedo. Respeitadíssima na cidade, por sua posição social, e muito cobiçada por sua beleza, era a imagem do recato e da fé, na verdade, suas grandes armas de sedução. Esteve recolhida à viuvez até conhecer o Ezequias, com quem se casou três meses depois e teve mais dois filhos, criados juntos com os dois do primeiro matrimônio.

Em Catulé, Sergipe, era casado com a ninfeta Nicinha, a mais nova das três esposas do caixeiro-viajante. Sapeca, pela liberdade da idade, inconsequência e graciosidade irresistível, confundia, em dosagens harmônicas, inocência e perigo, ingenuidade e feminilidade. Com ela, "Quequezão" teve um filho e se tornou inteiramente feliz.

Naturalmente, cada uma não sabia das outras. Entretanto, com todas "seu" Quequé era feliz e as fazia felizes. Sempre trajando terno de linho, chapéu-panamá, sapato de duas cores e um relógio de algibeira, ele incorporava o macho brasileiro, mulherengo e cheio de conversa. Para apresentar-se a cada esposa, chegava a mudar de personalidade, caráter e cor da roupa.

Pois é, se as esposas de "seu" Quequé não passavam de uma grande fantasia, ou se eram três aspectos de uma única mulher ideal, o fato é que elas existiam, se completavam e preenchiam a vida do caixeiro-viajante.

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